quinta-feira, 17 de março de 2011

A participação dos países nas exportações brasileiras

Esses dias tive a maior dor de cabeça para refazer uma ponderação utilizada na base de dados da minha dissertação. Trata-se da participação de países no total de exportações (FOB) de produtos manufaturados brasileiros. Havíamos selecionado anteriormente 15 países para essa ponderação. Com estes, no período de análise (1999-2009), a participação era de 47,7%. Os países selecionados eram, por ordem de importância: EUA (19%); Holanda (5%); Alemanha (4%); México (3,3%); Itália (2,6%); Japão (2,4%); Reino Unido (2,3%); França (2,2%); Russia (1,9%); Espanha (1,6%); Coréia do Sul (1,2%); Portugal (0,9%); Turquia (0,4%); Suécia (0,4%) e Noruega (0,4%).

É importante notar que a composição dos países foi mudando ao longo desse período. Esses mesmos 15 países, que representavam 55% dos destinos das exportações de manufaturados em 1999, passaram a representar apenas 37,8% em 2009.

Meu orientador sugeriu aumentar a quantidade de países na ponderação e lá fui eu, refazer a amostra, incluindo mais sete países, selecionados por sua importância: Argentina (9,6%); China (5,5%); Chile (1,5%); Bélgica (1,1%); Venezuela (1%); Canada (0,7%) e India (0,5%). Os percentuais são para todo o período de análise. Com essa adição, a participação sobre o total de exportações brasileiras chegou a 67,6%.

O que chama a atenção é  que essa composição alterou-se de forma significativa ao longo do tempo. O Gráfico abaixo mostra a evolução dos 7 maiores parceiros comerciais.


Enquanto EUA reduziu bastante as compras de manufaturados brasileiros, Argentina manteve uma boa média e a China entrou na corrida. A participação desse país cresceu 26,5 vezes no período (era pouco menor que US$ 1 bi em 1999). Em 2009 esses três países estavam em faixas bem parecidas de importância.
Outros países que aumentaram a demanda por produtos brasileiros foram a Índia (aumentou 9,73 vezes); Venezuela (4,55 vezes); Coréia do Sul (3,19 vezes); Canada, Noruega, Chile, Portugal, Holanda e Turquia mais que dobraram suas compras.

A estratégia do Lula em aumentar o mix é válida. Em momentos de crises pontuais, o país sofrerá menos consequências sobre a balança comercial, produto e emprego. [Grande comentário, rs.]

sexta-feira, 11 de março de 2011

Números não tão conclusivos sobre o mercado imobiliário

Esperava encontrar algo mais sólido sobre preços dos imóveis - como um índice de preços, mas não há fontes confiáveis disponíveis.
A impressão sobre o mercado imobiliário continua sendo uma impressão. Os números apontam a favor, mas não se pode concluir convictamente a favor da hipótese de mercado sobreaquecido. Além disso, quando se trata de mercado de imóveis, devem ser verificadas variáveis de fluxo (como a renda) e variáveis de estoque (como a riqueza acumulada). Ambas as fontes pressionam a demanda por imóveis. Outro problema é o atraso na disponibilização dos dados. As últimas informações sobre estoque de capital fixo para construção é de 2008. Minha percepção é de que o aquecimento dos preços se deu de forma mais intensiva a partir dessa
data, sendo 2009 e 2010 anos de maior procura por imóveis.

Outra decepção é a dificuldade de encontrar informações concretas sobre o programa Minha Casa Minha Vida, como a quantidade de pessoas atendidas, o percentual dos imóveis construídos já entregues etc. Procurei informações no site da Caixa Econômica Federal... No site do BACEN há informações sobre financiamento residencial, mas os dados são inúmeros e as informações estão em PDF. Vou ver se consigo contactar o local para informações mais acessíveis.

Abaixo estão apenas dois gráficos. O primeiro tem dados do IBGE e mostra os preços ao consumidor (IPC), o índice geral de preços médio (IGP-M) - que indexa boa parte dos contratos de aluguel e o custo médio do metro quadrado construído. Nota-se que as séries começam a ter níveis distintos em fins de 2002. No primeiro trimestre de 2003 a série de custo da construção se descola do IPC. No início de 2010 a série do IGP-M volta a se equiparar com o custo da construção.

O segundo contém dados do IPEA. Mostra os estoques líquidos e brutos da construção civil, geral e residencial apenas. A construção residencial cresce a um ritmo superior à construção em geral.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mercado de imóveis aquecido

Em Campo Grande há uma corrida pela compra de terrenos para a construção civil, sobretudo residencial. Novos Shoppings chegam à Cidade, assim como condomínios fechados luxuosos. Conjuntamente com a pavimentação de ruas e avenidas, os preços dos imóveis decolam.

Muitos estão investindo pesado nesse ramo. Eu tenho a ligeira impressão de que é um mercado já aquecido e o tempo de entrar já passou. Essa impressão é compartilhada com a presidenta Dilma Roussef. Neste momento são tomadas providências para a criação de um índice de preços dos imóveis (notícia aqui).

Essa semana volto com alguns números.