sábado, 3 de julho de 2010

Os erros da seleção brasileira e as expectativas futuras

Sou fã de carteirinha da turma da ESPN, sobretudo Mauro Cézar Pereira (blog), do Paulo Vinicius Coelho (blog) e do Juca Kfouri (blog); além, é claro do Tostão, ligado à Folha de SP, que já foi várias vezes citado neste espaço. Acompanho a muito tempo essa turma. São os críticos de futebol mais preparados Brasil.

O que reproduzirei aqui vai ao encontro das críticas feitas por eles. Vou enumerá-las  para melhor sistematização [existe uma possibilidade remotíssima de alguém ligado a CBF ler - não custa sonhar]. Não vou perder tempo falando do Ricardo Teixeira também, o cara que está na ditadura da CBF a mais tempo que o ditador norte-coreano...

Todas as críticas restantes são ligadas ao técnico Dunga, o imediato ditador-júnior da CBF.
1) A relação com a imprensa
O Dunga nunca soube lidar com críticas. Era uma pessoa estremamende despreparada neste sentido. Dava-se bem com a imprensa "amiga", aquela que só faz reportagens felizes, exaltando os êxitos do técnico. O bom técnico escuta atentamente as críticas, pois é possível que boa parte delas façam algum sentido; e assim aprende - melhora - com elas. O segundo ponto ultrapassou a relação com a imprensa...

2) O destempero (comportamento violento)
Não era apenas nas entrevistas coletivas. Foi assim dentro de campo, onde insultava árbitros, adversários e por várias vezes, a torcida. No último jogo contra o Chile, pela eliminatória, ele chegou a agredir verbalmente uma parte da torcida na frente das câmeras. Isso não se faz, a torcida tem o direito de falar o que quiser, o técnico não. O ápice foi a entrevista coletiva na qual murmurava palavrões e olhava bestialmente ao simpático Alex Escobar. Na minha opinião tal comportamento só pode ser patológico. E o time absorveu esse "espírito guerreiro" (argh!) nos jogos contra Costa do Marfim, Portugal e, sobretudo, Holanda.

3) O excesso de coerência (ou a falta de)
Vou resumir as demais críticas aqui.
3.1 - Dunga montou um bom time, ainda que eu discorde de jogadores como Felipe Melo, Elano e Michel Bastos (do time titular) e vários reservas. Mas a principal crítica é a falta de opções na reserva. Quem seria o reserva de Kaká? Um jogador capaz de tocar a bola, melhorar a dinâmica do jogo em favor do time? Júlio Baptista? Não creio. O que se pretendia fazer com Kléberson, Ramires, Josué? Por que colocar Ganso na fila de espera e não convocá-lo? Qual a coerência?
3.2 - O segundo sub-item é o fato do enclausuramento dos jogadores. Sem direito a descanso, sem treinos abertos a imprensa. Só porque a copa de 2006 foi uma zorra, deve-se implantar uma ditadura agora? É essa a lógica? Segundo informações, 2002 estava mais para clima de farra do que de seriedade... e fomos campeões.
3.3 - A ideia do professor Dunga de que o importante é o resultado, independente da beleza do jogo. O Brasil não precisa dar show, mas tem jogadores hábeis, com condições de mostrar um jogo agradável de se ver. Seleções como a japonesa e algumas européias, que não tem grandes jogadores, devem jogar assim para conseguir algo. Sou completamente contra a ideia apenas do resultado, pelo menos para a seleção canarinho.

O último item faz a ligação com os preparativos para a próxima Copa, que será em nosso país.
Não sei qual é o técnico que tornará possível uma seleção bonita de se ver. Jogadores não faltarão: Neymar, Ganso, Coutinho (Vasco/Internazionale), Pato... Fora o que ainda há de surgir.

Um leitor do Blog criticou Ricardo Teixeira. Eu também apóio a saída do ditador, mas acho impossível antes do término da copa de 2014. Muita grana vai rolar até lá.

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