sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A cultura do povo e a economia nacional

A algumas semanas a Grécia está na pauta dos jornais. Especula-se que o problema fiscal Grego (que espalha medo até em economias não tão endividadas como Espanha, Itália e Irlanda) possa levar a uma nova derrocada na saúde da economia mundial.

O problema Grego nada mais é que uma tentativa (ainda frustrada) de tornar a Europa uma só. A união européia, representada, neste sentido, pela união monetária - o euro -, não deu certo para todos os membros.
Isso ocorre porque ao adotar uma moeda única, os países membros ficam reféns da política monetária coletiva. Ou seja, perdem parte importante da autonomia econômica. Se todos os países membros fossem homogêneos, o Banco Central Europeu poderia maximizar a política monetária facilmente...
Aí a política fiscal passa a ter papel fundamental na condução econômica das autoridades nacionais.


Nos dois últimos dias noticiou-se greves na Grécia. O motivo: a população não quer austeridade fiscal. Não querem cortes de gastos. É uma sociedade como a brasileira, cujo ex-presidente Fernando Henrique definiu bem: "o brasileiro gosta do estado". Grécia e Itália são países historicamente com forte presença estatal na economia. Aí já é manjada a lição: O estado ocupa parte do espaço do setor privado. Em épocas de crise, um estado já endividado pode tornar-se fiscalmente duvidoso a médio e longo prazos. E a recuperação da credibilidade fica ainda mais difícil com uma reação da população como essa.

Apesar do Brasil estar posição sustentável hoje, fica a lição de que os próximos anos não sejam iguais aos oito anos de mandato do presidente Lula, ao menos no tocante a geração de despesas correntes (contratação em massa, mais especificamente). Talvez não seja prudente gostar tanto assim do estado.

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